O crescimento dos ossos maxilares é um processo lento e gradual. Eventualmente algum problema afeta a harmonia deste crescimento, causando em diferença de tamanho entre as arcadas e os maxilares superior e inferior. Quando um ou ambos os maxilares crescem pouco ou em demasia, alterações na mordida e na estética facial podem ocorrer. Alterações na fala e na respiração também são esperadas, além de problemas articulares.
As deformidades dentofaciais são um grupo de condições caracterizadas pela associação entre problemas ortodônticos (má-oclusão dentária) e estéticos, pois a causa do problema reside não apenas nas arcadas dentárias, mas sim no esqueleto facial (principalmente a mandíbula e maxila). Estas condições são agrupadas de acordo com suas características clínicas e são representados por tipos faciais bem conhecidos (e caricaturados) pelo público leigo.
Os tipos mais comuns são:
Prognatismo mandibular (queixo grande)
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Retrognatismo mandibular (queixo pequeno)
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Assimetrias
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Excesso vertical da maxila (sorriso gengival)
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Mordida Aberta
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Os portadores de deformidades dentofaciais sofrem de uma série de problemas que dependem do tipo e gravidade do caso, e podem envolver:
- Problemas mastigatórios e disfunção têmporo-mandibular;
- Problemas respiratórios (respiração bucal ou apnéia do sono);
- Alterações da fala;
- Distúrbios psico-sociais em virtude da deformidade estética.
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Tratamento
Quando ocorre o crescimento desigual entre os maxilares, acarretando em alterações na mordida, estética e fonação, o tratamento cirúrgico é indicado para a correção.
A normalização das formas e tamanhos dos maxilares, tornando-os proporcionais e trazendo benefícios estéticos à face, se dá através de tratamento orto-cirúrgico. Inicialmente o ortodontista (especialista no tratamento da má-oclusão dentária) alinha e nivela os arcos dentários para que, meses após, a cirurgia ortognática seja realizada. Nesta segunda etapa, cortes precisos são feitos em locais previamente estudados do esqueleto facial para que os segmentos ósseos possam ser posicionados adequadamente. Tudo é feito após horas de planejamento, que envolve análise facial, das arcadas dentárias, das radiografias, e simulações das diversas modalidades cirúrgicas em computador e em réplicas de resina do crânio dos pacientes. Tudo isto é feito para que se consiga precisão milimétrica e fidelidade absoluta na cirurgia.
Os segmentos ósseos são fixados na nova posição através de placas e parafusos muito delicados mas bastante rígidos, feitos de titânio (o metal mais biocompatível que existe) que não necessitam remoção no pós-operatório. Este método de fixação, quando indicado, dispensa o tradicional e desconfortável bloqueio intermaxilar, em que as arcadas dentárias são mantidas amarradas entre si por 3 a 6 semanas, dependendo do caso.
A cirurgia é realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral e, na maior parte dos casos, os pacientes permanecem hospitalizados por apenas 12 a 24 horas. Após o controle pós-operatório, realizado semanalmente por cerca de 1 mês, o ortodontista reinicia os ajustes no aparelho ortodôntico para a finalização do tratamento (o que pode levar uns poucos meses, dependendo do caso).
Os resultados conseguidos com o tratamento orto-cirúrgico das deformidades dentofaciais são mais completos e mais estáveis a longo prazo do que a tentativa de correção dos mesmos problemas apenas com aparelho ortodôntico. A solução dos problemas dentários e estéticos freqüentemente traz mudanças no humor e na auto-estima dos pacientes, o que, sem dúvida, é um de nossos maiores estímulos para dedicar-nos a esta especialidade.
Repare a sua mordida e o posicionamento dos seus dentes. Perceba se a sua face apresenta harmonia estética em relação aos maxilares. Se você suspeita que existe alguma alteração, procure o especialista em cirurgia bucomaxilofacial para avaliação.